
Pode parecer estranho um portuense de gema, como eu, querer ser lisboeta por um dia, neste caso a 15 de Julho, momento de eleição para a Câmara Municipal. Ora, não me recordo, desde a minha existência (1978), e mesmo em tempos passados, existirem 12 candidatos ao «trono» da Capital. Salutar democracia nos tempos de crise que correm e que nunca mais terminam...
Mas a quantidade não significa, a maioria das vezes, qualidade. No caso de Lisboa, resigno-me a dois candidatos. Helena Roseta, que luta contra o aparelho socialista, seria a melhor presidente de Câmara. Corre sem «máquina» partidária, contra o autismo do PS e enfrenta a descredibilidade do centro de direita, de um PSD dividido e de um CDS-PP com pouca chama para renascer das cinzas. Helena vai tirar votos ao PS que optou por mandar o «mestre» dos «apaga fogos» - plano contra os incêndios de 2007 era uma das grandes bandeiras do Governo – para a Câmara de Lisboa, tudo por uma questão partidária, para ganhar a Capital, que escapou em 2005 para Carmona e para o PSD, em detrimento de uma medida nacional, de um flagelo que ataca o nosso país no Verão. Se vier a acontecer novamente, a quem serão depositadas as responsabilidades políticas? Ao novo presidente da Câmara, se António Costa ganhar? E então quais são as alternativas? Duas hipóteses: um voto útil é em Pinto Coelho. A força da extrema direita é evidente e o nacionalismo precisa-se urgentemente. É uma lacuna da nossa democracia não ver representada uma força política no nosso parlamento. Porque não têm direito a ter voz? Muito por culpa de um país de gente de esquerda que só se lembra que é português quando a bola pincha... Os ideiais, esses, não existem... ou melhor, existem, as casas de chuto, o lobbye gay, etc. Outra alternativa é precisamente o voto em Helena Roseta, independente, a mais equilibrada entre os candidatos, nem à direita, nem à esquerda.
De resto, não há opções, Carmona é o culpado do que passa em Lisboa, Negrão já se espalhou nas siglas da EPUL e companhia, Sá Fernandes não escapou ao «caso» BragaParque, Telmo Correia nunca se afirmou como líder de nada, nem do próprio partido, Garcia Pereira vai sempre à luta, mas até já é ultrapassado nas sondagens pelo PNR, e o resto dos candidatos, que me perdoem, não têm expressão para mudar Lisboa. Mas fica a intenção, é bom ver tanta luta democrática. Quero ver assim uma corrida à Câmara da minha adorada cidade em 2009.
JS

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